domingo, 27 de fevereiro de 2011

DIFICULDADES COGNITIVAS: COMO AGIR? 27/02/2011

DIFICULDADES COGNITIVAS: COMO AGIR? Data: 27/02/2011.

Por Elisandra Villela Gasparetto Sé

Neste artigo ainda continuarei a descrever as diferentes estratégias operacionais para o cuidador lidar com as alterações cognitivas do paciente com a Doença de Alzheimer. Entendendo estratégias como sendo instruções globais para cada escolha feita no curso da ação. Para cada dificuldade cognitiva apresentada pelo paciente é possível lançar mão de maneiras flexíveis de enfrentar os sintomas da doença. Veremos como lidar com os objetos e pertences em casa, questões de estimulação na realização de tarefas e orientação espacial e temporal.
Quando o paciente com doença de Alzheimer não reconhece referências visuais da sua casa, não identificando alguns objetos como sendo dela, ou que não sabia que tal objeto estava naquele determinado lugar, isto pode estar relacionado às dificuldades de orientação temporal e muitas vezes a memória remota que está mais preservada, reforça a associação que pessoa faz de algo ou vivências do passado. Nestes casos é importante que o cuidador não contrarie o paciente, sugere-se que tente identificar a imagem do objeto que ele faz no momento. Não mude constantemente móveis do lugar e ofereça referências na casa enfatizando que aqueles móveis ou objetos são seus. Costuma-se orientar as famílias para que utilize fotografias e pertences pessoais nos ambientes para que a pessoa possa reconhecer. Um ambiente deve assegurar familiaridade para ser reconhecido. Mantenha os alimentos para o horário do café, refeições, lanche em locais disponíveis e ao alcance, controlando a quantidade de alimentos a ser consumido, para evitar exageros. É importante adotar horários regulares para as refeições e procure colocar o paciente para participar da preparação das refeições e/ou arrumação da mesa e louças.
Quando a pessoa com demência não lembra onde guardou objetos e onde estão seus pertences, como por exemplo não lembrar o que é roupa e não saber onde fica a roupa e sugere-se que o cuidador familiar utilize identificações visuais nas portas dos móveis, armários, guarda-roupas, etiquetas nas gavetas. Esse recurso pode ajudar na independência do paciente. É importante conversar sempre com a pessoa portadora da doença de Alzheimer quando for identificar objetos ou ambientes, dizendo o nome e para que serve, essa atitude estimula a memória e a linguagem.
Quanto à dificuldade de orientação temporal, o paciente pode não ser capaz de orientar-se no tempo e acaba negligenciando os relógios da casa, portanto é necessário adotar uma rotina e horários regulares para medicações, alimentação, banho, higiene, passeio, etc... Pode utilizar um caderno para anotações diárias das alterações do sono durante a noite, mudanças de comportamento, mudanças na linguagem, para informar o médico e profissionais que o acompanham sobre as consequências dessas mudanças e quais medidas deverão ser tomadas. Utilize um calendário grande que seja possível anotar as atividades e compromissos da vida diária. Nomeie objetos que a pessoa utiliza sozinha com segurança, por exemplo, vassoura, escova de cabelo, escova de dente. Arrume as roupas na ordem em que serão vestidas para estimular o máximo de independência. Use sempre espelho para que o paciente mantenha sua referência e imagem corporal.
Com relação às atividades ocupacionais e artísticas, tarefas manuais e de artesanato, é fundamental manter uma sequência das tarefas para que a atividade não se torne frustrante. Estimule o paciente a iniciar atividades manuais menos estruturadas e com menos procedimentos a seguir. Ajude a manter o controle e a persistência nas tarefas e reconheça quando ela realizar a atividade de forma correta. Quando o paciente não se lembrar de realizou aquela tarefa, pode fornecer pistas colocando a data e o nome sobre o trabalho, o que ajuda a dar referência para a memória. Motive a pessoa a realizar a atividade como forma de presentear um amigo ou familiar, a confecção do material ou objeto envolvendo afeto reforça a realização da tarefa. Evite ajudar quando não for necessário para não contribuir com a dependência.
Como já foi mencionado nesta coluna, salientamos que numa fase inicial da doença de Alzheimer, a vida pode ser levada de um modo normal, como necessidade apenas de adaptações estimulações, cuidados com segurança, uso de agendas, uso de estratégias para a melhor ação no cuidado com o paciente com demência.

Data: 27 de fevereiro de 2011

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